Todos nós sabemos que são muitos os males que o cigarro causa no organismo do usuário e até mesmo das pessoas que convivem com eles, os chamados fumantes passivos. O cigarro é feito de tabaco e já são conhecidas mais de 4500 substâncias tóxicas presentes nele, das quais 43 comprovadamente cancerígenas. O cigarro é hoje a principal causa de morte prevenível no mundo. Estima-se que no Brasil, mais de 200 mil pessoas morram anualmente devido a doenças relacionadas ao tabaco.
Durante décadas o tabagismo foi amplamente divulgado e incentivado pela indústria cinematográfica e pela propaganda como sinônimo de charme, sofisticação e glamour. Fumar era “chique”, sinal de status. Felizmente, a situação mudou! “O Brasil é um exemplo para o mundo no combate ao tabagismo. Medidas regulatórias, como a proibição da propaganda de tabaco e advertências nos maços de cigarro, são muito efetivas e explicam esta importante redução no consumo do cigarro no Brasil”, afirma Deborah Malta, coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Sim, o número de fumantes no Brasil caiu para 15,1%, informação relatada pelo Ministério da Saúde.
Os gastos anuais no mundo com os problemas de saúde derivados do tabagismo ultrapassam os 200 bilhões de dólares. Pessoas que fumam consomem, em média, 40% mais recursos dos Sistemas de Saúde que os não fumantes. E o Brasil gasta perto de meio bilhão de reais no tratamento das doenças relacionadas ao fumo.
Assim que é tragada, a fumaça provoca alterações no organismo. São elas: aumento da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos e constrição dos vasos sangüíneos. Isto faz o coração ter de bater com mais força e, com o passar do tempo, o fumante tem boas chances de desenvolver problemas cardiovasculares (infarto, angina e doenças coronárias).
Dizer que o cigarro pode provocar muitos males não é exagero e aqui vão alguns: hipertensão arterial, infarto do miocárdio, aterosclerose, bronquite crônica, angina pectoris, enfisema pulmonar, cânceres de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, bexiga, rim, faringe, colo de útero, mama, reto, intestino e próstata, diabetes, amigdalite, osteoporose, acidente vascular cerebral (AVC), aneurisma da aorta, estomatite, aborto, linfoma, catarata, periodontite, tuberculose, deslocamento precoce da placenta e sinusite, entre algumas outras. As principais causas de morte relacionadas ao tabaco são as doenças cardiovasculares, o câncer de pulmão e a DPOC (enfisema e bronquite cônica).
Fumo passivo
Já está comprovado que o fumo passivo pode levar às mesmas doenças do fumo ativo. Por isso, as leis anti-tabagismo, cada vez mais restritivas em todo mundo, não são apenas uma questão de não-fumantes incomodados com o cheiro da fumaça dos fumantes. É uma questão de saúde pessoal e pública. Cânceres de pulmão em não-fumantes são pouco comuns, mas boa parte destes acometem pessoas que moram na mesma casa de um fumante. Não fumantes que vivem com fumantes apresentam uma mortalidade até 15% maior que pessoas sem contato frequente com o cigarro. Filhos de pais que fumam, expostos ao fumo passivo intra-domiciliar por pelo menos 25 anos, tem o dobro de chances de desenvolver câncer de pulmão. Recém-nascidos expostos ao cigarro durante a gestação apresentam quase 4 vezes mais chances de morte súbita. O risco de má formação fetal em mães fumantes também é maior, além de apresentarem bebês com baixo peso ao nascer.
Benefícios de parar de fumar
Logo de cara, em até 72 horas – Melhora a respiração.
1 mês – Aumenta a perfusão da pele melhorando sua aparência
3 a 9 meses – Os problemas respiratórios, como a tosse, desaparecem. A função pulmonar aumenta em 10%
1 ano – Risco de infarto cai pela metade
10 anos – Risco de câncer de pulmão cai pela metade
15 anos – Risco de infarto é igual ao de não fumantes.
Após 15 dias de abstinência do cigarro o risco de câncer cai em 90%, todavia, nunca será igual ao de quem nunca fumou.
Quanto mais tempo a pessoa fuma, mais difícil é largar o vício e maiores são as chances de desenvolver algum tipo de doença relacionada ao tabaco.
A nicotina é uma substância psicoativa capaz de causar grande dependência física. A ausência de nicotina na circulação de pessoas viciadas em cigarros causa intenso desejo de fumar e sintomas de abstinência. Para abandonar o vício são necessárias algumas atitudes e a primeira é a grande motivação individual, ou seja, a pessoa precisa querer parar e nesse momento é importante lembrar que o ato de fumar, além de ser uma dependência física, é também um comportamento adquirido, que podemos simplificar chamando de “força do hábito”. Por isso, o tratamento psicológico pode ser tão importante quanto o medicamentoso. Sim, existem medicamentos capazes de ajudar quem deseja largar esse hábito, portanto é fundamental solicitar a ajuda de um profissional a fim de obter esses remédios e passar pela síndrome de abstinência da melhor forma possível. Aliás, a associação de medicamentos com terapias (psicólogos, acupuntura) e frequentar grupos de apoio ainda é a melhor solução.
Vamos fazer parte dessa campanha e incentivar quem tem esse vício a larga-lo e melhorar sua saúde.